Quem melhor ví contar esta história foi o escritor e consultor Mário Sérgio Cortella. Uma história clássica, verdadeira, que percorreu os ambientes de marketing e recursos humanos no mundo corporativo.
Esta história aconteceu há 15 anos atrás com uma multinacional que fica no interior de S.Paulo e que fabrica de tudo, sucos, sabonetes, shampoos, pasta de dente e muitos outros produtos...
Na Divisão de pasta de dentes eles estavam com um grande problema. Na esteira final de aço para embalamento dos produtos, vinham as caixinhas de pasta de dente e de vez em quando passava uma vazia, sem o tubo dentro. E era embalada.
Isso gerava muita reclamação dos clientes como farmácias, supermercados e consumidores que se sentiam lesados. Há 15 anos atrás não tinha tanto problema assim... Hoje tem Código de Consumidor, Ministério Público, Concorrência, um País mais organizado.
O que eles fizeram? Contrataram dois engenheiros que trabalharam 3 meses, gastaram o equivalente hoje a 8 milhões de reais e tiveram uma solução estupenda. Conseguiram um programa de computador acoplado a esteira de aço que é uma coisa muito difícil, com uma balança ultra-sensível. Quando passava uma caixinha vazia acusava a diferença de peso, o que é extremamente difícil também e parava o sistema, travava a esteira, um braço hidráulico vinha e... “Puf” tirava.
Essa é uma história real e conhecida, mas vale a pena relembrar. Um mês, dois meses, três se passaram... Perfeito, zero de rejeição. Os clientes e consumidores satisfeitos. Foram olhar os relatórios, fazia dois meses que estava tudo desligado. Chamaram supervisores, gerentes, chefes. O que aconteceu? Ninguém sabia nada.
Chegaram aos operários e perguntaram: “O que aconteceu?”. E eles disseram: - Ah! A gente desligou isso. - Como desligaram, retrucaram. – Ah! Isso dava um trabalho danado, parava a produção, toda hora a esteira travava, vinha um bracinho e “puf” tirava. Então? Como está funcionando? E não temos nenhuma rejeição! E eles responderam: - Ah! Fizemos do nosso jeito. Como? Abismados os membros da diretoria perguntaram.
E eles responderam: - Ah! Nós fizemos uma “vaquinha” e compramos um ventilador daqueles de boléia de caminhão, deste tamanho aqui (mostrando o tamanho do “bicho”) e pagamos cem reais. Pusemos ele aqui do lado da esteira e quando passa uma caixinha vazia... “Puf”. A caixinha cai, não trava a esteira e não perdemos tempo. Atenção! Dois engenheiros especialistas contratados, três meses de trabalho, 8 milhões de reais investidos... Uma solução! Mas não a melhor saída!
E onde estava a melhor saída? No estoque de conhecimento da empresa, nos próprios operários, pessoas simples, mas que conhecem muito mais e melhor o terreno que trabalham do que muitos gestores. A idéia desta matéria é mostrar que soluções simples podem sim resolver problemas “complexos”. A questão é: Onde há concorrência, não há tempo a perder! Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!
Por Gilcler Regina, escritor, palestrante e consultor de empresas.
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