terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


Prezado leitor, é com angústia que escrevo estas memórias, após inúmeras vezes ouvir “Senhoras e senhores, bem-vindos ao show da vida Real!” Nome dado a um programa apresentado por Pedro Bial, mais conhecido com Big Brother Brasil. Afinal, o que é o show da vida real? Enquanto 16 pessoas confinadas em uma casa de luxo são vigiadas por câmeras de todos os lados, eu, com uma mochila nas costas, sob sol ou chuva, tenho a missão de visitar lares desconhecidos para levar esperança ao aflito, saúde ao doente, força ao cansado. Enquanto eles estouram balões ou jogam dados para obter comida de forma “árdua”, do lado de fora da tela eu dependo de terceiros para conseguir a refeição do dia. E eu me pergunto: O que de fato é o show da vida real?
Enquanto os participantes desse jogo fofocam, mentem e fumam para posteriormente milhões de brasileiros pararem tudo e acompanhar o que ocorreu na casa mais vigiada do país, nas casas não vigiadas eu me deparo com pessoas pensando em tirar a própria vida; outras em seus últimos momentos de existência; e a todas elas tenho que levar uma palavra de conforto, mostrar qual o real sentido da vida.
Procuro reparar os danos causados por influência desse tipo de “show” em que lares são desfeitos, mentiras são válidas e vícios acariciados, pois infelizmente, no Brasil e em muitos lugares, é assim. O ápice da incoerência vira moda, a moda se torna costume e o costume passa a fazer parte da cultura.
Meu objetivo? Conseguir maneiras de continuar estudando, uma vez que minha família não dispõe de recursos financeiros para me ajudar. Lá na “casa”, eles, em sua maioria, são graduados que cansaram de trabalhar e decidiram tentar a vida explorando a sensualidade e exaltando a ignorância para se tornar famosos.
Perguntar o que realmente é o show da vida real seria redundância? Peço a você que reflita bem antes de ligar a televisão e aplaudir essas discordâncias gritantes que estão longe de ser o que precisamos para nutrir nosso caráter.
Termino aqui deixando uma citação da escritora norte-americana Ellen G. White: “A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus” (Educação, p. 56, 57).
(Rodrigo Oliveira, colportor-evangelista em Florianópolis, SC)
Extraido do blog do Michelson Borges

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